segunda-feira, 31 de agosto de 2015

ÍNDIO CATAIOBA

     Localizado na praça " Antônio Torres Junior", o Monumento ao Índio Cataioba, foi inaugurado em 19 de agosto de 2015. Presta homenagem aos povos indígenas, especialmente aqueles que habitaram a nossa região em tempos  remoto e  que foram dizimados pelos colonizadores portugueses em meados do século XVI.

    Trazendo um elemento típico do cotidiano indígena " a flecha ", o objetivo é lembrar a riqueza histórica, cultural e humana dos índios. O monumento é um patrimônio cultural da cidade, logo atrás foi plantada um Pau Brasil umas das árvores mais importantes do país.
     Os índios fugiram, mas no município ficaram suas marcas: os nomes de locais como Caiçara e Caraíbas. Nos pontos chamados de Bom Nome e Baixa do Canhoba era que habitavam os índios Cataiobas, tupis-guaranis, nômades, cuja existência sabe-se pelos seus ancestrais e pelos seus cemitérios encontrados nos territórios, com as descobertas de muitas igaçabas.
    A bandeira do município tem como simbologia o índio Cataioba, com seu instrumento de trabalho ( arpão). 
     As terras canhobenses, que se situam à margem direita do rio São Francisco ao norte do estado, descobertos pelos portugueses , em 1502, no dia 8 de outubro, daí o porque do nome, faziam parte da Capitania de Todos os Santos, que iam do Velho Chico até Itaboã, próximo a São Salvador. Com a morte de Cristovão de Barros, parte dessas terras passam a pertencer a seu filho, Antônio Cardoso de Barros. Os primeiros exploradores chegaram no final do século XVIII à lagoa do Jaguaripe, hoje lagoa de Canhoba, usando o rio São Francisco como estrada natural. Segundo pesquisadores, Canhoba quer dizer na língua Portuguesa " Folhas Escondidas ", uma planta medicinal usada largamente pelos indígenas. Uma espécie de planta com fama de miraculosa ( milagrosa ). A palavra " Canhoba " é a junção de duas outras. Segundo o tupinólogo, Theoro Sampaio, em seu Dicionário Tupi, " Can " quer dizer cânhomo, e o " oba " é o senhor da terra.
    O desaparecimento das tribos sergipanas se deu no século XIX, devido a política indianista do Império do Brasil que publicou a Lei das Terras em 1850, declarando como Domínio Público. Nesta fase foram extintos muitos aldeamentos nas províncias de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e outras regiões do Império, por critérios raciais e discriminatórios, só para apossarem dos territórios indígenas, época do descobrimento, as terras de Sergipe eram habitadas por várias tribos indígenas Além dos Tupinambás e Caetés nas terras sergipanas tinham cerca de 30 aldeias, ambas pertencentes ao grupo Tupi que tinham o tipo físico negróides.
    Apesar de muitos critérios muitas águas vão rolar e muita chuva cairá sobre o índio da praça Antônio Torres Junior. Mas o pior cego é aquele que não quer ver o peso da cultura popular. A memória do índio da praça  em Canhoba, entretanto, nos leva a um passado mais antigo.