LEÔNIDA DE SOUZA TORRES
Vamos conhecer um pouco de minha avó paterna Leônida de Souza Torres. É muito importante conhecer a sua história. Texto muito forte. Nasceu em 10.08.1901 em Propriá – filha de Francisco Martins e Emília de Souza Martins. Tinha como apelido o nome de” Beata”, porque, além de muito fervorosa e católica praticante, era também o braço direito de todos quantos se dispusessem a cuidar da simpática Igreja Matriz de Bom Jesus dos Pobres. De família humilde, proveniente de Propriá, era mulher prendada, educada, boa filha, estudou e concluiu o primário na cidade onde nasceu. Mesmo somente com o curso primário alfabetizou várias pessoas quando do seu casamento em 1917 aos 16 anos com o jovem comerciante Antônio Torres Neto com 24 anos. Veiou a residir em Canhoba. Boa esposa e mãe, além de muito caridosa e uma exímia violinista, fato inédito naquela época. Beata teve apenas uma irmã, Hermínia de Souza Guimarães. Beata, casada com Antonio Torres Neto, teve vários filhos. Sua irmã, casada com Cupertino de Santana Guimarães, teve somente uma filha, Emília, a quem todos chamavam, carinhosamente, “Milinha”. (Tocava flauta). Dona Beata, teve 12 filhos, porém, desses, só viveram nove: Delorisano de Souza Torres, Aldemira de Souza Torres, Mirabel de Souza Torres, Antônio Torres Júnior, Maria Auxiliadora Souza Torres, Ida de Souza Torres, Jacob de Souza Torres, Job de Souza Torres e Arquibaldo de Souza Torres. O tempo passa. Entra ano e sai ano. O nosso avô paterno Antônio Torres Neto agregando seu lado comerciante tornou-se um pecuarista, empreendedor e principalmente um político renomado. Foi vereador, prefeito, elegeu uma filha de nome Ida de Souza Torres a vereadora e tronando-se a primeira mulher a ser presidente da Câmara Municipal de Canhoba. Elegeu dois filhos. Um filho de nome Arquibaldo de Souza Torres para prefeito Municipal de Canhoba. O outro filho por quatro legislatura seguidas de 1955 a 1970 o Bacharel em Direito e professor de História: Antônio Torres Junior. A casa amarela foi palco de comícios, encontros políticos de governador, prefeitos, deputados. Acordos, muitas alegrias e muitas tristezas. Dona Beata sempre recepcionando muito bem todos aqueles que chegavam em sua residência com seus quitutes, e mesa com muita fartura. Podemos dividir sua história em dois momentos: Primeira parte: Seu casamento, os filhos, ascensão econômica e política do esposo, casamentos dos filhos e filhas. Festas e festas. Seu último sorriso em 27.12.1966 no aniversário de 15 anos de sua neta Ângela Margarida de Araújo Torres. Ao ser beijada por seu filho o deputado Antônio Torres Junior. Ao lado de seu outro filho Job de Souza Torres, sua esposa Ana Maria Gomes Torres e ao lado do deputado eu (Ângelo Mauricio com 12 anos de terno e gravata olhando para meu pai). Visita após o casamento do seu filho Jacob de Souza Torres com sua esposa Maria do Carmo Abramides de Souza Torres e filhos (Marcelo, Maria Fernanda e o primo Fabio Abramides) residentes em São Paulo/SP. Visitas periódicas dos netos(as). Segunda parte: Pois morte de seu filho Antônio Torres Junior. (21.12.1967). O SORRISO de nossa avó Beata desapareceu. O tempo foi cruel para ELA. Do falecimento de seu filho Toinho em 1967 até seu falecimento em 1981 foram 14 anos de dor, tristezas, recordações, saudades. Em 27.05.1967 seu filho Job de Souza Torres (um CHOQUE ANAFILATICO OU ANAFILATICO OU PRÉ ASSASSINADO). Em 13.11.1967 perdeu seu cunhado Temístocles da Rocha Torres (assassinado). Seu filho o deputado estadual Antônio Torres Junior em 21.12.1967. (Assassinado) Seu esposo/companheiro Antônio Torres Neto fisicamente em 21.12.1967 e biologicamente em 17.10.1968 vítima de um (AVC) Seus cunhados Juvenal da Rocha Torres em 11.01.1973 e Florisvaldo da Rocha Torres (Caretinha) em 09.09.1975. Só restou SAUDADES dos seus BORDÕES. O Santo Cruzeiro era de madeiro. Em 14.04.1960 ventava e chovia muito em Canhoba devido aos ventos e chuta forte o Santo Cruzeiro veiou a cair. Minha avó paterna Leonilda de Souza Torres (Beata) que passava no local gritou: “Valei-me Deus caiu o Santo Cruzeiro.” Quando chamava a filha de Jose Rozendo de ONTOIA pegue meu casaco no meu quarto. Antônia ficava apavorada. Pois reza a lenda que no quarto de vó Beata tinha uma BOTIJA. (Um pote de ouro) (Nome correto da filha de Jose Rozendo: Antônia). Saudades de quando ELA reunia as crianças Antônia, Jussara, Pedro filhos de Jose Rozendo e Maria Amélia. Flávia, Melissa filhas de seu filho Arquibaldo e Maria Helena para dá uns trocados para irem gastar na feira municipal e nas festas Natalinas. Das broncas de nossa avó Beata quando entrávamos na cozinha enquanto ela fazia doce de leite de bolotas. “- Saiam daqui meninos, se não o doce desanda”. Chamava seus serviçais Beta, Vanda e Leuzina, e dizia: “não deixem esses meninos entrarem na cozinha. Quando o doce estiver pronto, sirvo a eles com queijo”. Uma saudade, no entanto, de nunca a ter visto tocar o seu violino, que ficou esquecido por conta dos seus muitos afazeres domésticos. SAUDADES da mesa farta no café da manhã. Nos anos de 1975/1980 quando tia Ida de Souza Torres e passar férias em Canhoba com a família o primo Milton dos Santos Filhos juntamente com os amigos de infância: Jose Rozendo de Souza Filho (Zezão), Ailton filho de Cícero Buraqueiro, Osman (filho de Juarez) e Baguel (filho de Batistão do violão) gostavam de bater bola no deposito ao lado da casa amarela pertencente a nossa família. Minha avó Beata gritava para o primo Milton: “Menino você tem o espírito de Corina”. Até hoje ninguém sabe que era Corina. KKKK. SAUDADES de presenciar todas as manhãs, ao chegar o leite das fazendas, a nossa avó sentada no seu banquinho, no depósito ao lado do casarão, vendendo o leite. Dinheiro em uma caixinha e leite fresquinho nos vasos ou panelas das pessoas que lá chegavam. Presenciei uma cena muito forte e humana por parte de nossa avó. Entrou uma criança, e falou bem perto dela: “- meu pai falou que hoje não tem dinheiro. A senhora me dá uma garrafa de leite?” De imediato ela exclamou: “- João Pequeno, me traga uma vasilha de quatro litros”. Imediatamente foi atendida. Ali ela colocou o leite, e solicitou ao João Pequeno que levasse o leite e a criança em casa. “- Diga ao pai dela que quando não tiver dinheiro pode vir buscar o leite de seus filhos.” Uma vez perguntei a nossa avó Beata porque ela tinha sempre uma lágrima nos olhos e o sorriso longe. Ela respondeu: “meu neto, o Canhoba e nossa família não será mais o que éramos”. Referia-se ela ao sombrio e fatídico dia 21 de dezembro de 1967, uma quinta feira. “Estou sempre pensando em meu filho TOINHO, seu pai. Por que fizeram isso com ele?” E a lágrima vinha novamente, e ela me abraçava. Carinhosamente. Presenciei uns dos seus piores momentos e todos que estavam presentes no dia 17.10.1968 na Casa Amarela. Chegado o momento da despedida no fechamento do caixão e enterro de nosso avô Antônio Torres Neto. Minha avó Beata grita: “TOINHO NÃO ME DEIXE SÓ NESTE MUNDO. Já enterrei 02 filhos nosso: Job e Antônio, meu cunhado Temístocles e agora você meu companheiro!” Veiou lágrimas em nossos olhos. Minha mãe me abraça forte. Minhas tias: Ida, Aldemira, Mirabel, Maria Auxiliadora amparam minha avó. Tampam o ataúde do PAI DA POBREZA DO CANHOBA. O cortejo sai da Casa Amarela em direção ao cemitério de Canhoba. Na tarde de 05/03/1981. Nossa avó Beata estava descansando na calçada da Igreja Bom Jesus dos Pobres na companhia de Generosa Moraes Dória (Zizi) e Leuzina governanta da Casa Amarela. ELA começa a sentir um dor no peito e muita gastura. Zizi pede para chamar Jose Rozendo na exatoria. De imediato ele chega e percebe que Dona Beata não está bem. Pede socorro a Theófilo Custodio Divino que de imediato pega o veículo V.W Brasília do irmão Lauro Custodio Divino e levem Dona Beata para o hospital em Propriá juntamente com Zizi. Ao colocarem ELA no carro a mesma pega a mão de Jose Rozendo e exclama: Meu filho Jose eu vou e não volto mais) Chegando em Propriá mandam levar para Aracaju. Foram correndo para Aracaju. Ao chegar no Povoado Cruz das Donzelas distante de Propriá uns 25 Kms. Dona Beata dá seu último suspiro e vem a falecer no colo da prima Zizi. Desespero! O que fazer! Theófilo vai ao posto da Polícia e pede ajuda. Passam um rádio para o Posto Policia em Canhoba e avisam a Jose Rozendo que entra em pranto. O Canhoba silencia. E seguem para Aracaju para casa de Tia Ida para os procedimentos de (IML).........À tardinha já quase noite retornam para Canhoba no Carro (Kombi) fúnebre da Funerária Satélite de seu Hugo. O corpo de nossa avó Beta foi velado na sala principal da Casa Amarela. No dia seguinte segue o cortejo até o Cemitério onde encontra-se o Mausoléu da família TORRES. (Encontra-se adormecida juntamente com seu esposo/companheiro Antônio Torres Neto e seus dois filhos Job de Souza Torres e Arquibaldo de Souza Torres. E sua concunhada Jeovanete Vieira Torres. Assim foi Dona Beata. Faleceu a Matriarca da família em 05.03.1981 aos 80 anos. Só lembranças, dor e saudades.
Minha vó nasceu em Canhoba, acredito que pelo sobrenome era parente de dona Leônida. Minha vó se chamava Maria Lemos Torres Santos. A última vez que tive em Canhoba eu era criança, mas lembro do meu tio-avô, o apelido do meu tio-avô era Curiba, e lembro também de tio Frederico (ex prefeito)
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