quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Eduardo Ferreira de Carvalho ( Eduardinho )

 


Sr. Eduardo Ferreira de Carvalho, nascido na cidade de Canhoba-Se, no dia 12 de janeiro de 1912. Filho do Sr. Antônio Ferreira de Carvalho, conhecido como Antônio Caixeiro e da Sra. Balbina Mendonça de Carvalho. Seu pai foi considerado o primeiro prefeito desta cidade. Irmão do ex-governador Dr. Eronides Ferreira de Carvalho.

Agropecuarista, na cidade de Canhoba- Se, Nossa Senhora de Lourdes- Se e São Bráz-Al.

Na década de 1930, foi estudar na Escola Militar do Rio de Janeiro onde conheceu e se tornou colega do ex-presidente João Batista de Figueiredo, lá estudou francês, inglês e espanhol. Uma das coisas mais apreciava era viajar, dançar e comer bem. O restaurante Cacique Chá de Aracaju-Se era seu predileto. Na época dele o consideravam como pé de valsa, por dançar bem. Teve o prazer de conhecer Brasília-DF e lá conheceu o Planalto do Governo.

O Ex-Presidente João Batista de Figueiredo, ainda em exercício, quando esteve em Aracaju, no ano de 1983, mandou um recado por Dr. Djenal Queiroz, governador da época, que queria encontra-se com Eduardo Ferreira de Carvalho (Canhobinha) era assim que o chamava, apelido da época do colégio. Almoçaram juntos e esse encontro foi registrado pelo Jornal da Gazeta de Sergipe. Ele guardou o jornal escrito por muitos anos, como recordação.

Foi casado com a Sra. Alda de Carvalho da cidade de São Braz-Al e tiveram três filhos: Edualdino Ferreira de Carvalho, Edraldino Ferreira de Carvalho e Edivaldino Ferreira de Carvalho. E de sua união com Dona Amábily Farias, nasceram: Editéria de Carvalho, Editácio de Carvalho e Edimetéria de Carvalho. Pai e avô amoroso, carinhoso e cuidadoso.

Morreu aos 98 anos de morte natural na cidade de Canhoba, em 19 de novembro de 2010.

Deixou saudades dos seus filhos, netos, sobrinhos, noras, genros e amigos.


quarta-feira, 18 de maio de 2022

Leonida de Souza Torres

Leonilda de Souza Torres (Beata) Com seu olhar distante e um lágrima sempre no olho direito.

Leonilda de Souza Torres (Beata) Com seu olhar distante e um lágrima sempre no olho direito.

27.12.1966. Aniversario de 15 anos de minha irmã Angela Margarida de Araujo Torres. Meu pai beijando sua mãe D.Beata, eu (Angelo Mauricio Torres) ao lado de meu pai. Ao lado de minha avó tio Job e sua esposa Ana Maria. Este foi um dos últimos sorrisos de minha avó.



27.12.1966 meu avô materno Benilde Vieira de Araujo conduzindo a debutante Angela Margarida de Araujo Torres para a cerimonia do seu aniversário. Logo atrás suas duas avós: Lado esquerdo a paterna Leonilda de Souza Torres e lado direito a materna Emérita Mendonça de Araujo.




Hoje: 18.05.2022 vamos conhecer um pouco de minha avó paterna Leonida de Souza Torres.  Leiam o texto até o final. É muito importante conhecer a nossa história. Texto muito forte. Nasceu em 10.08.1901 em Propriá – filha de Francisco Martins e Emilia de Souza Martins.Tinha como apelido o nome de” Beata”, porque, além de muito fervorosa e católica praticante, era também o braço direito de todos quantos se dispusessem a cuidar da simpática Igreja Matriz de Bom Jesus dos Pobres. De família humilde, proveniente de Propriá, era mulher prendada, educada, boa filha, estudou e concluiu o primário na cidade onde nasceu. Mesmo somente com o curso primário alfabetizou várias pessoas quando do seu casamento em 1917 aos 16 anos com o jovem comerciante Antonio Torres Neto com 24 anos. Veiou a residir em Canhoba. Boa esposa e mãe, além de muito caridosa e uma exímia violinista, fato inédito naquela época. Beata teve apenas uma irmã, Hermínia de Souza Guimarães.  Beata, casada com Antonio Torres Neto, teve vários filhos. Sua irmã, casada com Cupertino de Santana Guimarães, teve somente uma filha, Emília, a quem todos chamavam, carinhosamente, “Milinha”. (Tocava flauta). Dona Beata, teve 12 filhos, porém, desses, só viveram nove: Delorisano de Souza Torres, Aldemira de Souza Torres, Mirabel de Souza Torres, Antonio Torres Júnior, Maria Auxiliadora Souza Torres, Ida de Souza Torres, Jacob de Souza Torres, Job de Souza Torres e Arquibaldo de Souza Torres. O tempo passa. Entra ano e sai ano. O nosso avô paterno Antonio Torres Neto agregando seu lado comerciante tornou-se um pecuarista, empreendedor e principalmente um político renomado. Foi vereador, prefeito, elegeu uma filha de nome Ida de Souza Torres a vereadora e a primeira presidente da Câmara Municipal de Canhoba. Elegeu dois filhos Um filho de nome Arquibaldo de Souza Torres para prefeito Municipal de Canhoba. O outro filho por quatro legislatura seguidas de 1955 a 1970 o Bacharel em Direito e professor de História: Antonio Torres Junior. A casa amarela foi palco de comícios, encontros políticos de governador, prefeitos, deputados. Acordos, muitas alegrias e muitas tristezas. Dona Beata sempre recepcionando muito bem todos aqueles que chegavam em sua residência com seus quitutes, e mesa com muita fartura. Podemos dividir sua história em dois momentos: Primeira parte: Seu casamento, os filhos, ascensão econômica e política do esposo, casamentos dos filhos e filhas. Festas e festas. Seu último sorriso em 27.12.1966 no aniversário de 15 anos de sua neta Angela Margarida de Araujo Torres. Ao ser beijada por seu filho o deputado Antonio Torres Junior foto acima. (Ao lado de seu outro filho Job de Souza Torres, sua esposa Ana Maria Gomes Torres e ao lado do deputado eu (Angelo Mauricio com 12 anos de terno e gravata olhando para meu pai).  Visita após o casamento do seu filho Jacob de Souza Torres com sua esposa Maria do Carmo Abramides de Souza Torres e filhos (Marcelo, Maria Fernanda e o primo Fabio Abramides) residentes em São Paulo/SP. Visitas periódicas dos netos(as). Segunda parte: Pois morte de seu filho Antonio Torres Junior. (21.12.1967). O SORRISO de nossa avô Beata desapareceu. O tempo foi cruel para ELA. Do falecimento de seu filho Toinho em 1967 até seu falecimento em 1981 foram 14 anos de dor, tristezas, recordações, saudades. Em 13.11.1967 perdeu seu cunhado Temístocles da Rocha Torres (assassinado). Em 27.05.1967 seu filho Job de Souza Torres (um CHOQUE ANAFILATICO OU ANAFILATICO OU PRÉ ASSASSINADO). Seu filho o deputado estadual Antonio Torres Junior em 21.12.1967. (Assassinado) Seu esposo/companheiro Antonio Torres Neto fisicamente em 21.12.1967 e biologicamente em 17.10.1968 vítima de um (AVC) Seus cunhados Juvenal da Rocha Torres em 11.01.1973 e Florisvaldo da Rocha Torres (Caretinha) em 09.09.1975. Só restou SAUDADES dos seus BORDÕES. O Santo Cruzeiro era de madeiro. Em 14.04.1960 ventava e chovia muito em Canhoba devido aos ventos e chuta forte o Santo Cruzeiro veiou a cair. Minha avó paterna Leonilda de Souza Torres (Beata) que passava no local gritou: “Valei-me Deus caiu o Santo Cruzeiro.” Quando chamava a filha de Jose Rozendo de ONTOIA pegue meu casaco no meu quarto. Antonia ficava apavorada. Pois reza a lenda que no quarto de vó Beata tinha uma BOTIJA. (Um pote de ouro) (Nome correto da filha de Jose Rozendo:   Antonia). Saudades de quando ELA reunia as crianças Antonia, Jussara, Pedro filhos de Jose Rozendo e Maria Amélia. Flávia, Melissa filhas de seu filho Arquibaldo e Maria Helena para dá uns trocados para irem gastar na feira municipal e nas festas Natalinas.   Das broncas de nossa avó Beata quando entrávamos na cozinha enquanto ela fazia doce de leite de bolotas. “- Saiam daqui meninos, se não o doce desanda”. Chamava suas serviçais Beta, Vanda e Leuzina, e dizia: “não deixem esses meninos entrarem na cozinha. Quando o doce estiver pronto, sirvo a eles com queijo”. Uma saudade, no entanto, de nunca tê-la visto tocar o seu violino, que ficou esquecido por conta dos seus muitos afazeres domésticos. SAUDADES da mesa farta no café da manhã. Nos anos de 1975/1980 quando tia Ida de Souza Torres e passar férias em Canhoba com a família o primo Milton dos Santos Filhos juntamente com os amigos de infância: Jose Rozendo de Souza Filho (Zezão), Ailton filho de Cícero Buraqueiro, Osman (filho de Juarez) e Baguel (filho de Batistão do violão) gostavam de bater bola no deposito ao lado da casa amarela pertencente a nossa família. Minha avó Beata gritava para o primo Milton: “Menino você tem o espírito de Corina”. Até hoje ninguém sabe que era Corina. KKKK. SAUDADES de presenciar todas as manhãs, ao chegar o leite das fazendas, a nossa avó sentada no seu banquinho, no depósito ao lado do casarão, vendendo o leite. Dinheiro em uma caixinha e leite fresquinho nos vasos ou panelas das pessoas que lá chegavam. Presenciei uma cena muito forte e humana por parte de nossa avó. Entrou uma criança, e falou bem perto dela: “- meu pai falou que hoje não tem dinheiro. A senhora me dá um copo de leite?” De imediato ela exclamou: “- João Pequeno, me traga uma vasilha de quatro litros”. Imediatamente foi atendida. Ali ela colocou o leite, e solicitou ao João Pequeno que levasse o leite e a criança em casa. “- Diga ao pai dela que quando não tiver dinheiro pode vir buscar o leite de seus filhos.” Uma vez perguntei a nossa avó Beata porque ela tinha sempre uma lágrima nos olhos e o sorriso longe. Ela respondeu: “meu neto, o Canhoba e nossa família não será mais o que éramos”. Referia-se ela ao sombrio e fatídico dia 21 de dezembro de 1967, uma quinta feira. “Estou sempre pensando em meu filho TOINHO, seu pai. Por que fizeram isso com ele?” E a lágrima vinha novamente, e ela me abraçava. Carinhosamente. Presenciei uns dos seus piores momentos e todos que estavam presente no dia 17.10.1968 na Casa Amarela. Chegado o momento da despedida no fechamento do caixão e enterro de nosso avô Antonio Torres Neto.  Minha avó Beata grita: “TOINHO NÃO ME DEIXE SÓ NESTE MUNDO. Já enterrei 02 filhos nosso: Job e Antonio, meu cunhado Temístocles e agora você meu companheiro!” Veiou lágrimas em nossos olhos. Minha mãe me abraça forte. Minhas tias: Ida, Aldemira, Mirabel, Maria Auxiliadora amparam minha avó. Tampam o ataúde do PAI DA POBREZA DO CANHOBA. O cortejo sai da Casa Amarela em direção ao cemitério de Canhoba. Na tarde de 05/03/1981. Nossa avó Beata estava descansando na calçada da Igreja Bom Jesus dos Pobres na companhia de Generosa Moraes Dória (Zizi) e Leuzina governanta da Casa Amarela. ELA começa a sentir um dor no peito e muita gastura. Zizi pede para chamar Jose Rozendo na exatoria. De imediato ele chega e percebe que Dona Beata não está bem. Pede socorro a Theofilo Custodio Divino que de imediato pega o veículo V.W Brasília do irmão Lauro Custodio Divino e levem Dona Beata para o hospital em Propriá juntamente com Zizi. Ao colocarem ELA no carro a mesma pega a mão de Jose Rozendo e exclama: Meu filho Jose eu vou e não volto mais) Chegando em Propriá mandam levar para Aracaju.  Foram correndo para Aracaju. Ao chegar no Povoado Cruz das Donzelas distante de Propriá uns 25 Kms. Dona Beata dá seu último suspiro e vem a falecer no colo da prima Zizi. Desespero! O que Fazer! Theofilo vai ao posto da Polícia e pede ajuda. Passam um rádio para o Posto Policia em Canhoba e avisam a Jose Rozendo que entra em pranto. O Canhoba silencia.  E seguem para Aracaju para casa de Tia Ida para os procedimentos de (IML).........A tardinha já quase noite retornam para Canhoba no Carro (Kombi) fúnebre da Funerária Satélite de seu Hugo. O corpo de nossa avó Beta foi velado na sala principal da Casa Amarela. No dia seguinte segue o cortejo até o Cemitério onde encontra-se o Mausoléu da família TORRES. Foto acima. (Encontra-se adormecida juntamente com seu esposo/companheiro Antonio Torres Neto e seus dois filhos Job de Souza Torres e Arquibaldo de Souza Torres. E sua concunhada Jeovanete Vieira Torres. Assim foi Dona Beata. Faleceu a Matriarca da família em 05.03.1981 aos 80 anos. Só lembranças, dor  e saudades.







Mausoléu da família Torres no Cemitério Santo Antonio em Canhoba-Se.
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Antonio Torres Neto

 


ANTONIO TORRES NETO, nosso avô paterno, nasceu nesta cidade, em 28 de abril de 1893. Na época, um lugarejo arborizado, de terras altas e férteis, chão batido, conhecida no primórdios como “Folhas Escondidas”. Aqui cresceu junto à família, trabalhando pelo progresso da região. Faleceu aos 17 de outubro de 1968, vitimado por um AVC, dada a sua fragilidade emocional e física, em virtude da morte trágica e inesperada do seu filho Antônio Torres Júnior, então deputado estadual, em 21 de dezembro de 1967. Filho do primeiro casamento de Marcelino da Rocha Torres e Maria Elvira Torres, seus irmãos: Juvenal da Rocha Torres, Ernesto da Rocha Torres, Ermilia da Rocha Torres, Pureza da Rocha Torres, Leonida da Rocha Torres e Maria da Rocha Torres. Irmãos pelo segundo casamento de Marcelino da Rocha Torres e Maria Bernadina da Rocha Torres. São eles: Temistocles da Rocha Torres, Nilo da Rocha Torres, Florisval da Rocha Torres, Antonio Guimarães Torres, Adelia da Rocha Torres, Alice da Rocha Torres, Malvina da Rocha Torres, Miguel da Rocha Torres e Jose Bino da Rocha Torres. O terceiro na ordem cronológica dos fundadores de Canhoba. O primeiro foi Manuel da Rocha Torres. O segundo, Antonio da Rocha Torres. Teve uma infância normal como qualquer criança de sua época. Concluiu seus estudos básicos em sua terra natal. Tinha visão voltada para o comércio. Em 1909, com apenas 16 anos, viaja para o estado do Amazonas, em busca de fortuna, trabalhando nas matas e nos seringais. Conheceu um fazendeiro de nome Manuel Dias (vulgo “Olho Vesgo”), homem rico e abastado, que o convidou para trabalhar com ele. Convite aceito, Antonio Torres Neto conviveu com o senhor Manuel durante 06 anos. Anos esses, defendendo as terras do fazendeiro contra índios e poceiros, pois tinha uma habilidade incomum no manuseio do seu rifle “papo amarelo” 44. Montou um grupo armado com 15 outros companheiros, com a função específica de repelir ataques e invasões ao território da propriedade, tendo espantado muitos ladrões e índios com êxito, deixando notória a habilidade no uso da sua arma. Em 1915 voltou a Canhoba. Seu retorno se deu facilitado pela ajuda financeira e da facilitação da fuga promovida pelo seu velho e grato amigo, “Olho Vesgo”, impedindo a perseguição dos outros poceiros, jagunços, índios, que desejavam vingança. O fazendeiro colocou Antônio Torres Neto dentro de um tonel com bastante peixe e bacalhau, descendo o rio Negro até Manaus, onde o desembarcou são e salvo. Porém, com um cheiro horrível de bacalhau. Chegando a Canhoba, com muito dinheiro trazido das suas economias, abre uma casa de secos e molhados com uma seção de tecidos. Mais tarde abriu um armazém onde comprava e estocava algodão, tornando-se um dos maiores distribuidores do produto citado, do Estado de Sergipe. Toda sua produção era enviada para Passagem Neópolis destinada às indústrias da família PEIXOTO. Utilizou-se também do seu saveiro (canoa de pano) “Antília”, para a entrega de mercadorias em Propriá e Penedo quando das cheias do Velho Chico (Rio São Francisco) que formava a lagoa em Canhoba. Também enviava e trazia suas mercadorias para Propriá em um “Carro de Boi” com seis bois de primeira qualidade conduzido por seu homem de confiança Antonio Carrero. Mais à frente em 1965 adquire um JEEP através de seu filho Job de Souza Torres ao comerciante amigo Sr. Nefranio comerciante em Aquidabã pra facilitar suas idas e vindas para Aracaju.  

Em 1917 casou com Leonida de Souza Torres. Tinha como apelido o nome de” Beata”, porque, além de muito fervorosa e católica praticante, era também o braço direito de todos quantos se dispusessem a cuidar da simpática Igreja Matriz de Bom Jesus dos Pobres. De família humilde, proveniente de Propriá, era mulher prendada, boa esposa e mãe, além de muito caridosa e uma exímia violinista, fato inédito naquela época. Beata teve apenas uma irmã, Hermínia de Souza Guimarães. Enquanto Beata, casada com Antonio Torres Neto, teve muitos filhos, sua irmã, casada com Cupertino de Santana Guimarães, teve somente uma filha, Emília, a quem todos chamavam, carinhosamente, “Milinha”. 

Quanto a dona Beata, teve 22 filhos, porém, desses, só viveram nove: Delorisano de Souza Torres, Aldemira de Souza Torres, Mirabel de Souza Torres, Antonio Torres Júnior, Maria Auxiliadora Souza Torres, Ida de Souza Torres, Jacob de Souza Torres, Job de Souza Torres e Arquibaldo de Souza Torres. 

Antonio Torres Neto estava construindo um império de negócios na região. Montou seu próprio banco em casa, emprestando dinheiro aos mais necessitados com juros baixos e até mesmo para alguns mais precisados, sem juros. Tornou-se o “Pai dos Pobres de Canhoba”

Fazendo parte de um projeto de diversificação de atividades, passou a comprar terras, chegando a nove mil tarefas, até seu falecimento. Essas terras todas foram registradas no cartório de Gararu pela importância de Cr$ 825.000, 00.São elas: Lagoa da Mata, Bela Vista, Santo Antônio, Gravatá, Lagoa Salgada, Rancho de Canoa, Valadão e Chanchão, quase igualando-se às propriedades de seu amigo Antonio Ferreira de Carvalho, “Antônio Cacheiro”. Em 1935, comprou um terreno ao lado da Igreja Matriz de Bom Jesus dos Pobres. Construiu a famosa “Casa Amarela”, que em seu frontispício consta a inscrição “1935. Residência dos Torres”. Nos dias atuais continua de pé, resistindo ao tempo, guardando suas memórias de épocas de muita fortuna, alegria, dor, sofrimento, luto. Foi palco de inúmeros eventos de natureza social e política, onde compareceram personalidades da época, a exemplo de Eronildes Ferreira de Carvalho, Leandro Maynard Maciel, João de Seixas Dória, Euclides Paes Mendonça, Dionizio de Araújo Machado, Lourival Baptista, Luiz Garcia, citando somente alguns. Recebia igualmente aqueles mais simples, moradores locais, amigos, pessoas de “dentro de casa”, as quais partilhavam de sua mesa farta nas 3 refeições, fato que era, para o anfitrião, motivo de prazer e de uma sincera satisfação. A todos acolhia.

Em 16 de março de 1936, o Governador de Sergipe “Manoel Dias Goldemberg”, nomeou-o Comissário do Ensino em Canhoba. Tal fato, levou-o à Política, anos depois, em 1946. Filiado à UDN – União Democrática Nacional – recebeu apoio inconteste de Leandro Maynard Maciel. Elegeu-se vereador para os anos de 1947-1951. Continuou a trajetória política, e em 1958 assume o Executivo Municipal, para o período de 1959-1963, numa consagração popular.

Empossado e recebendo as ovações do público, o seu documento de legitimação lhe foi entregue por sua filha, Ida de Souza Torres, Presidente da Câmara Municipal. Após a arrumação da Municipalidade, inicia as obras que julgava indispensáveis para o desenvolvimento do Município de Canhoba. O Prefeito concretizou um sonho do povo, e urbanizou o grande terreno central, onde se via somente a Igreja Matriz e à sua frente uma enorme cruz, em madeira. Tombaram para facilitar as obras, os dois tamarineiros gigantes, cujas copas viçosas e fartas, abrigavam os cavaleiros e seus cavalos, em dias de feira e festas. Acolhiam a criançada nos seus folguedos como se suas casas fossem. Hoje, na Praça, encontram-se o Santo Cruzeiro, a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus dos Pobres, a Escola “Dr. Eronides de Carvalho”, os casarões dos dois vultos de importância singular para a região, aquelas do Sr. Antônio Ferreira de Carvalho, o Antônio Caixeiro, e do Sr. Antônio Torres Neto, que é a “Casa Amarela”. O homenageado de hoje demonstrava espontaneidade em cada um dos seus mais incomuns gestos e atitudes. É o caso da amizade do velho Torres Neto com José Vieira Melquides, conhecido por “Zé BomBom” ou “Zé de Alfredo”. Este, desejando começar o seu comércio, solicitou ao amigo, a título de empréstimo, uma certa importância em dinheiro para adquirir 50 sacos de farinha. Foi logo atendido no seu pleito. Ao fazer a compra, relatou, após questionamento, quantos sacos de farinha ainda restavam no local onde fora comprar, tendo respondido restarem 200, recebendo a orientação de comprar todos. Atendeu a solicitação, iniciando logo as operações de venda da mercadoria. Ao prestar contas ao Sr. Torres Neto, ao relatar o êxito que obtivera vendendo todos os 250 sacos de farinha, recebeu como recompensa o valor equivalente a 50 sacos adicionais. O Sr. Zé de Alfredo ainda relata tal episódio tomado de emoção vívida com seus 84 anos em Nossa Senhora do Amparo-Sergipe. 

Em 1964, na qualidade de Deputado Estadual, o seu filho Antônio Torres Júnior, contratou o músico José Augusto, filho ilustre da cidade de Aquidabã, para uma apresentação em Canhoba. O show foi realizado na calçada da residência da Família Torres, na Praça que leva o seu nome, número 84. Foi um sucesso, confirmado pela alegria e entusiasmo da população.

Ainda como parte das realizações a que se propusera, o Prefeito Torres Neto se debruçou em um projeto considerado arrojado para aqueles dias. Era o projeto que compreendia a pavimentação a paralelepípedos da Travessa Dr. Eronides de Carvalho, a Praça Principal, em frente à Matriz, e de outra Praça que fica no fundo da Igreja referida. Projeto aprovado por unanimidade pelos vereadores da época (1955/1963) com os nomes das Praças. Central: Deputado Antônio Torres Junior e, a do fundo da Igreja, Job de Souza Torres. Executado o projeto, designou-se o dia da inauguração 28 de abril de 1961, aniversário do Prefeito, que naquela data completava 68 anos de idade. Inclui a Construção do Santo Cruzeiro em concreto armado. A primeira data de inauguração do Santo Cruzeiro foi em 07/06/1910.Seus fundadores foram os missionários Frei Rocha e Frei Anatanael com o apoio de...Antonio Ferreira de Carvalho (Antonio Caxeiro). O Santo Cruzeiro era de madeiro...Em 14.04.1960 ventava e chovia muito em Canhoba devido aos ventos e chuva forte o Santo Cruzeiro veiou a cair…Minha avó paterna D.Leonilda de Sousa Torres (Beata) que passava no local gritou: “Valei-me Deus caiu o Santo Cruzeiro”. Meu avô paterno Antonio Torres Netto era prefeito nesta época juntamente com seu filho meu pai Antonio Torres Junior deputado estadual o Governador Luiz Garcia e o Vice Governador Dionizio de Araújo Machado fizeram o Santo Cruzeiro de Concreto Armado. Foi inaugurado em 28.04.1961.Em 07/05/1961 Dom José Brandão de Castro, 1º Bispo de Propriá, dá a Benção Litúrgica e oficializava a festa do Santo Cruzeiro.

Nesta data memorável, o Dr Luiz Garcia, Governador do Estado, dirigiu-se à Terra dos Cataiobas (indígenas que habitavam a região), acompanhado de Secretários de Estado, altas autoridades e Prefeitos da região circunvizinha que foram recepcionados na Praça Nossa Senhora da Conceição por: Maria Amélia Torres e Luciene Gomes de Menezes, prendadas senhoritas da sociedade local, que esperavam a comitiva, segurando a fita verde e amarela, que seria  cortada pela Primeira dama do Estado, Emília Marques Pinto Garcia ,dona Ninota.  Seguindo o cortejo para a Praça que recebia o nome de DEPUTADO ANTONIO TORRES JUNIOR, orador brilhante filho do Prefeito, o Governador e o Prefeito descerraram a placa, encoberta pela Bandeira Nacional, junto ao obelisco comemorativo. O Governador do Estado. Dr. Luiz Garcia, fez expressiva oração saudando o Prefeito Antônio Torres Neto e ao seu filho homenageado Dr. Antônio Torres Junior, então Secretário da Justiça e Interior de seu Governo, tendo na legislatura anterior, sido Presidente da Assembleia Legislativa do Estado. Outros oradores se associaram ao Governador, chegando a vez do homenageado usar a palavra, que em um momento iluminado, encantou a todos com a sua voz de estadista e conceituado homem de cultura. Entre os muitos, o da inauguração desta praça, foi um dos mais bonitos. Ali estava a promessa de ascensão de um grande homem, um político reconhecidamente ilustre, prefeito de valor, nascido na terra fundada pelo seu bisavô, Manoel José da Rocha Torres. Na mesma data inaugurou-se também a Praça “JOB TORRES”, outro filho do Prefeito, irmão de Antonio Torres Junior, no fundo da Matriz. Uma salva de fogos, concluiu o ato de inauguração, passando os convidados e o povo, para a residência do Prefeito, que ofereceu um farto almoço, enquanto na praça as manifestações folclóricas alegravam a população, que dava vivas ao Prefeito, ao Governador, ao Dep. Torres Junior, o grande homenageado e as autoridades presentes. Governador do Estado: Dr. Luiz Garcia e esposa Emília Marques Pinto Garcia. Vice Governador: Dionizio de Araújo Machado. Bispo de Propriá: D. José Brandão de Castro. Prefeito de Canhoba: Antônio Torres Neto, e esposa, Leonida de Souza Torres. Deputado Estadual Antônio Torres Junior, sua esposa Gicélia de Araujo Torres, (filhos Angela/Angelo). Deputado Estadual Sebastião Figueiredo. Prefeito de Itabaiana: Euclides Paes Mendonça, e esposa Maria Oliveira Mendonça. O Jornalista Santos Santana. Fonte: Gazeta de Sergipe 29.11.2001. Escritor Lauro Rocha de Lima, Jornal Original arquivo da família Torres Junior (Angelo Torres), anotações escritas por Torres Junior…Estava começando a ascensão dos Torres no poder. Com ajuda de seu filho deputado Antonio Torres Junior formaram a maior liderança política em Canhoba de 1955 – 1970. Fato curioso e real no pleito de 1966, é que o amicíssimo da família, Teodomiro Custódio Divino – Lau, UDENISTA/ARENISTA, juntamente com o deputado Antonio Torres Junior e seu pai Antonio Torres Neto articularam e convenceram o chefe político do PSD  ( Partido Social Democrático ) Francisco Alves de Rezende (Chico Rezende) a retirar a candidatura do seu sobrinho Elvânio Rezende no pleito de 1966.Tudo amigavelmente e politicamente entre as famílias. Assim foi feito. Arquibaldo de Souza Torres foi o candidato único no pleito de 1966 para a prefeitura de Canhoba. Fato INÉDITO naquela época na política Sergipana e no Brasil. O mesmo foi eleito por unanimidade para um período de 1967 a 1970. Estava formado o quarteto Arenista. A ideia era desenvolver Canhoba. O deputado Antonio Torres Junior, Lourival Baptista, governador, Arquibaldo de Souza Torres, prefeito e o chefe político Antonio Torres Neto.. Na sucessão do Governador Lourival Baptista, o deputado Torres Junior seria seu sucessor para governo. Em 1967, dia 21 de dezembro, o deputado Antonio Torres Junior é assassinado. O prefeito Arquibaldo de Souza Torres completa seu mandato sem desenvolvimento. Deixou a prefeitura saneada, sem nenhuma dívida e o salários todos pagos. Sonho não concretizado.

 Em janeiro de 1968, o governador Lourival Baptista, executando projeto deixado pronto pelo falecido deputado filho de Canhoba , Antônio Torres Junior,   inaugurou juntamente com o prefeito na época, Arquibaldo de Souza Torres ,  já sem a presença de Antonio Torres Neto, (vitimado por um AVC)  uma praça que leva seu nome . Lá consta uma placa com esta inscrição: “Aos benfeitores desta terra, pela instalação dos serviços de energia elétrica de Paulo Afonso, a gratidão dos canhobenses. Janeiro de 1968”. Hoje, infelizmente, não temos esta placa, retirada de onde estivera originalmente da praça Deputado Antonio Torres Junior. (Um ato de vandalismo.) 

Quando do sepultamento do Ex Prefeito, no cortejo fúnebre para Cemitério Santo Antonio em Canhoba partindo para sua última morada, foi registrada a manifestação da população, que acenava com seus chapéus e lencinhos brancos exclamando, entre lágrimas e forte comoção, : “ QUE MORRERA O PAI DOS POBRES DE CANHOBA.” Sim, eu, Angelo Mauricio de Araujo Torres, seu neto, estava lá, contemplando todas as cenas. Antonio Torres Neto foi Agricultor, Progressista, Alto Comerciante, Empreendedor. Homem sério, trabalhador, cuidava muito bem de suas propriedades, dos seus empregados - que eram muitos trabalhadores. Tudo se tornou silêncio. Mas, o testemunho de um homem que amava sua terra, sua família, seus amigos, seus trabalhadores, permanece. Hoje não ouvimos mais suas histórias, quando sentados na calçada, ao cair da noite, frente à Igreja Matriz, que fica ao lado de sua residência, com os amigos: João Pequeno, compadre Manoel Macola, Candido, Nozinho, Jose Rozendo, Tio Job, Batistão do Violão, Mane Gago e tantos outros. Só lembranças de um grande homem à frente do seu tempo, Antonio Torres Neto. Texto redigido pelo seu neto, pesquisador, historiador, comendador Angelo Mauricio de Araujo Torres.

Olívio Mathias da Rocha "O Mestre Olívio"

 


BIOGRAFIA DE OLÍVIO MATHIAS DA ROCHA “MESTRE OLÍVIO” O artista plástico, escultor e decorador Olívio Mathias da Rocha, conhecido como Mestre Olívio, é natural de Canhoba/Se, nascido em 11 de agosto de 1892. Filho de Luíz Mathias da Rocha e Maria Mathias da Rocha. Casou-se com Zenith Lessa Mathias da Rocha e viveram 54 anos. Com ela constituiu família, onde tiveram seis filhos, três dos quais in memorian. Foi um esposo, pai, avô e amigo amoroso e cuidadoso, um homem forte e destemido, tranquilo e sereno, amigo fiel, onde suas palavras valiam mais do que a assinatura registrada em cartório. Não tinha ambições financeiras e também nunca teve pretensão de enriquecer através de sua arte. Artista plástico autodidata, amava as diversas expressões das artes plásticas, e dedicou sua vida a fazer dela, sua fonte de vida, inspiração e trabalho. Possuindo obras espalhadas por todo Brasil e fora deste. Trabalhava com extrema perfeição e detalhes, sem nunca ter pisado em uma sala de aula para sua formação e em nenhuma escola de belas artes. Vários foram os seguimentos das artes em que se destacava, tais como: pintura de quadros a óleo e em alto relevo, sobre tela(paisagens, natureza, imagens expressando os diversos momentos conjunturais e históricos que o Brasil e o mundo estava passando; retratava figuras importantes da nossa história; retratos sobre tela em alto relevo, a exemplo do quadro pintado por ele do ex-governador Lourival Batista (in memorian); arte sacra(escupindo imagens de santas e santos em tamanho real de um ser humano ou de altura muito mais elevada, para paróquias do Estado de Sergipe e de Estados circunvizinhos; Pintura, recuperação e/ou restauração de murais, tetos e altares de igrejas e de imagens sagradas da Catedral Metropolitana de Aracaju, Igreja Senhor dos Pobres em Canhoba((batizado de Jesus Cristo por João Batista), Igreja Matriz de Propriá, Igreja Matriz de Penedo, entre outras; além de esculpir o São Judas Tadeu em cimento armado, que se encontra há décadas na torre da Igreja dos Capuchinhos, em Aracaju. Vale destacar, a escultura que hoje se encontra no acevo pessoal de Angelo Maurício, “Lady Godiva em seu cavalo”, além do quadro encomendado pela Dra. Gicélia Torres(in memorian), esposa do deputado Antônio Torres(in memorian), amigos pessoais e muito amados pelo mestre Olívio e família, que retratava o sonho de uma criança na praia, que queria ser marinheiro. Escupiu vários bustos de personalidades políticas, religiosas e de destaque no Estado de Sergipe, os quais eram feitos no barro, passados para gesso e posteriormente bronze, com tamanha perfeição nos detalhes físicos e de expressão facial destes. Com sua mente brilhante e de gênio nas artes plásticas, elaborava e executava projetos grandiosos e difíceis que nas suas mãos ganhavam cores e beleza, com ricos detalhes, jogos de cores e perfeição, tais como: as ornamentações carnavalescas dos clubes que existiam na época(décadas de 50, 60 e 70), em Aracaju, tais como: Iate Clube de Aracaju, Associação Atlética de Sergipe e Cotinguiba Esporte Clube; fazia os carros alegóricos para desfiles carnavalescos; decoração nas ruas de Aracaju, sendo responsável pelas ornamentações natalinas, carnavalescas e de festejos juninos. Também era responsável pelas restaurações de monumentos, coretos e estátuas nas principais praças e parques, exemplo disso era a Praça Fausto Cardoso e Olímpio Campos. Dentre suas obras, existem dois quadros a óleo sobre tela do tamanho de painel de grande dimensão, com momentos vividos por Tiradentes (até hoje na Universidade Tiradentes, em perfeito estado de conservação). Embora fizesse trabalhos perfeitos, nunca fez de sua arte e dom, um trabalho que o levasse ao enriquecimento, nunca teve esta pretensão e o valor cobrado em suas obras não era o que realmente merecia ou valia, apesar de trabalhar diariamente de forma exaustiva, visto que se sentia realizado em fazer as obras de arte e manter sua família com dignidade. Era um homem de grande valor ético, moral e humano. Exemplo para toda sua família. Durante sua vida, pode trabalhar com Jordão de Oliveira( sendo convidado por este para residir no Rio de Janeiro, o que não aconteceu, devido seu amor por Sergipe e suas raízes), Gener Augusto e Álvaro Santos, além de ensinar o artista plástico Leonardo Alencar, sem nunca ter sido mencionado ou reconhecido por este durante suas falas e entrevistas. Embora sendo um homem simples, entreva e era convidado a entrar em todos os ambientes da sociedade sergipana, de políticos, juristas, médicos, autoridades religiosas e personalidades de destaque da sociedade. Exemplo disto são: convivência com: Deputado Antônio Torres(in memorian), Ex- Governador Lourival Batista(in memorian), Ex-governador Jackson Barreto, Dr. Eduardo Abreu(in memorian), Paulo Barreto(in memorian), Dom Luciano Cabral Duarte(in memorian), Frei Miguel (in memorian), Governador Eronildes Carvalho(in memória), entre tantos outros amigos e admiradores de seus valiosos trabalhos. Olívio Mathias, o mestre Olívio, foi um artista plástico canhobense, de tamanha grandeza, de uma simplicidade fora do comum, com um coração humano e uma sensibilidade intensa, onde o amor e o respeito que tinha por suas criações artísticas, por sua família e amigos, o tornava um ser humano especial, sábio, com valores e sentimentos difíceis de se ver nos tempos de hoje. Não era das letras, mas sabia como ninguém, se expressar tanto em sua fala quanto nas suas criações artísticas, entrando em qualquer ambiente, transmitindo em suas obras de arte a mente de um gênio, cujo amor, humildade, e humanidade o tornava especial e gigante. Faleceu em 30 de Julho de 1976, e fora homenageado por Acival gomes, dandolhe nome a um prédio localizado na rua de laranjeiras e pelo ex-governador João Alves Filho, dando-lhe o nome de um sala de exposição, no centro de criatividade, “ Sala de Exposição Mestre Olívio”, sendo esta homenagem prestada com a presença do ex governador Carlos Valadares, então vice-governador, na época. Hoje sua família está constituída por três filhos, sendo duas gêmeas, 12 netos, 16 bisnetos e dois tataranetos, nenhum deles seguiu o caminho das artes plásticas de Mestre Olívio, mas todos sentem orgulho apreciam as diversas expressões de arte, conhecem a história do homem, Olívio Mathias, que sempre foi referência para sua família. Na sua faília tem várias profissões, netos, filho e bisnetos que se formaram em Administração de Empresa(filoho); Direito(três netas e uma bisneta); Serviço Social(uma neta), Engenharia Ambiental(uma bisneta), Secretariado Executivo Bilingue(uma neta), Pedagogia(uma neta), Educação física(um neto), Odontologia(um bisneto), biomedicina(uma bisneta), algumas com especializações e mestrado. Esta família é a de Olívio Mathias nos tempos atuais, que sabem o valor da família e possuem um amor e união além do comum, herdadas desta personalidade canhobense, que muito fez pelo Estado de Sergipe. Sua arte nunca será esquecida, vai além do tempo, e é revivida e conhecida, quando existem pessoas que sentem a responsabilidade de apresentar para as novas gerações os filhos desta terra chamada canhoba, que se destacam ou se destacaram no seu tempo.

Jeovanete Vieira Torres

 

 A ilustre filha e cidadã canhobense, JEOVANETE VIEIRA TORRES, nasceu na sede do município de CANHOBA/SE aos 04/10/1934 e faleceu aos 02/06/2015, aos 80 anos, no Hospital de Urgência de Sergipe, na capital estadual Aracaju/SE, devido a um infarto do miocárdio, após uma semana internada, por ocasião de um primeiro infarto, que pruduziu a queda no quarto de sua residência.

 Era filha primogênita de Temístocles da Rocha Torres (Rochinha) e Maria Vieira Torres, também canhobenses. Seu pai era um dos meio-irmãos de Antônio Torres Neto – oitavo  prefeito municipal de Canhoba – (1954-1958). Ela honrava suas origens e a começar pela sua família, principalmente, aos seus pais.

 Casou-se aos 17 anos, em 06 de janeiro de 1952, na Igreja Matriz de Bom Jesus dos Pobres, de sua cidade Natal, com seu primo em segundo grau José Moura Rocha (neto do seu tio-avô paterno, Gerônimo da Rocha Torres), e com ele formou uma família de 12 filhos (embora tenham gerarado 20 filhos), que lhes deram 21 netos, e 8 bisnetos até o momento de sua morte (que hoje, em janeiro de 2022, já são 17 bisnetos). Os quais se orgulhavam e agradeciam a Deus por ser sua família considerada um exemplo de boa educação e dos bons princípios.

 Mulher de postura e elegância invejáveis, de pele branca e face rosada e aveludada, destacava-se sempre que era desafiada e ao lado do seu marido fez história no meio social e no comércio local, afinal, ela era a mulher de "Zé Moura" que se destacou como agropecuarista, marchante e na venda de carne bovina e de leite, e mais tarde, também, no comércio interestadual de bovinos.

 Responsabilidade, independência, respeito ao próximo e à natureza, eram seus princípios, que foram convertidos em seu lema. Assim, criou sua grande família nessa linha. Seus filhos seguem o mesmo caminho, tanto no comércio como no campo da educação e religiosidade.

 Fiel devota do Sagrado Coração de Jesus e da Virgem Maria pela Sua Imaculada Conceição e pelas Aparições em Fátima-Portugal, para a qual ajudou a arrecadar fundos para a compra da Imagem que se encontra na Igreja Matriz, ela produziu e dirigiu várias peças teatrais e as apresentou em ato público ou de forma privada com arrecadação transformada em donativos para a reforma de igrejas, produção das festas religiosa e educacionais, bem como, para as pessoas mais necessitadas. Foi também catequista da Igreja Católica, Presidente e Mãe Espiritual do Apostolado da Oração do Sagrado Coração de Jesus por vários e vários anos. .

 Apesar disso, por motivos outros que ela depois veio a declarar não saber, deixou a Igreja Católica durante um período de 14 anos. No qual transitou por igrejas evangélicas de outras denominações cristãs como Universal do Reino de Deus, em Propriá e em Aracaju, a da Graça, em Aracaju, e frequentou a da Assembleia de Deus, em Canhoba. Foi na Cerimônia da Celebração da Páscoa,  em abril de 2014, que ela retornou à Igreja Católica e após uma copiosa preparação auxiliada e ministrada pelo Pe. Murilo Morais Silva, Pároco naquele momento, renovou sua promessa do Crisma - Confirmação do Batismo pela Ação do Espírito Santo, na Fé Católica, realizada na mesma Igreja Matriz do Bom Jesus dos Pobres, onde ela foi batizada, crismada e casou-se. Faleceu fazendo o que mais gostava: contando e cantando historinhas para as crianças no catecismo

 Desde a mais tenra idade se destacava nos estudos e na boa conduta frente à sociedade da época, estudou o Curso Primário na Sede das Escolas Reunidas "Hermes Fontes", mais adiante Grupo Escolar "Hermes Fontes", hoje Escola Estadual "Dr. Eronildes Ferreira de Carvalho". Durante o período de 1972-1978,  foi diretora dessa mesma escola já denominada Grupo Escolar "Hermes Fontes", dentre os vários projetos que desenvolveu, um deles merece destaque,  pois foi com a participação de alunos e professores na criação de uma horta, em uma parte da área do jardim da escola, que os produtos dessa horta, serviam para incrementar e variar o cardápio da alimentação escolar, além de se servir de aulas práticas, promovendo já naquela época a interdisciplinaridade, quando ainda nem se  utilizava esse termo na educação. Cursou é formou-se em Corte e Costura. De 1974 a 1977 cursou as demais séries do antigo Ensino do 1° Grau (hoje, Ensino Fundamental) e o Ensino do 2° Grau Profissionalizante, denominado Pedagógico (hoje Ensino Médio e Ensino Profissionalizante), através de um Programa Especial Federal de Equivalência de Ensino para Formação de Professores, que, no âmbito estadual, foi administrado pela SEC/SE - Secretaria de Educação e Cultura de Sergipe (que passou a ser chamada de SEED, e hoje é denominada SEDUC), nos períodos de férias escolares, o qual ela cursou na DER-06 em Própria/SE, sendo ao final homenageada por destacar-se com maior média geral e concluí-lo "Com Louvor"! Aposentou-se em setembro de 1980, mas sua contribuição para a educação, arte, cultura, política, cidadania e religiosidade locais, sempre permaneceu na ativa, uma.vez que, recorrentemente, seus ex-alunos estavam à sua porta pedindo orientação ou ajuda em seus trabalhos escolares/universitários, para os quais ela foi sempre solicita e disponível, contribuindo dentro de sua limitação escolar da melhor forma para o êxito pessoal e/ou profissional de todos eles.

 Ela, sempre muito dinâmica, era também muito conhecida e admirada pelo seu empreendedorismo, pois desde nova, antes mesmo de casar-se aos dezessete anos, trabalhava com fabricação manual e artesanal de arranjos de flores, ramalhetes e arranjos variados para cerimônias de casamento ou batizado, mais adiante até à decoração das festas estudantis e religiosas, pois sua arte e trabalho estavam sempre presentes em Canhoba e nos municípios da região circunvizinha. Além disso, pintava tecidos e roupas com diversos desenhos de flores, frutas e paisagens, conforme eram solicitados ou por ela indicados, emitindo um tom particular na moda local e da redondeza e enveredou-se também na venda de artigos de confecções, perfumes e cosméticos que muito contribuíram também com a moda e a variedade nas festas da cidade. Educou seus filhos e àqueles que com eles conviviam (amigos e vizinhos) na mesma disciplina, a converterem água em uma bebida saborosa e refrescante, como os ‘’Ki-Sucos”, bem como, picolés e geladinhos. Além disso, o leite de.vaca, que tinha em abundância, era utilizado na fabricação de deliciosos alimentos e guloseimas, como balas, bolos, etc. Utilizava também papéis para confeccionar belas caixas de presentes, ou para a venda de castanha de caju durante o período natalino, e tudo isso era de produção caseira, e vendido por seus filhos na feira da cidade, no dentro mercado municipal, ou nas ruas da cidade.

Sua vida pública iniciou em 20/06/1955 quando ela assumiu, após ser nomeada como Auxiliar, a cadeira de Professora Primária no Povoado Escurial, então pertencente ao município de Canhoba/SE, concedida pela indicação do seu primo, o Deputado Antônio Torres Junior. Em março de 1957, conseguiu por intermédio do mesmo Deputado a transferência para a sede do município na escola que estudou seu primário. Foi uma profissional dedicada que se utilizava do lúdico em sua prática pedagógica, assim unia a diversão em momentos de aprendizado com passeios ao ar livre. Seus atos públicos deram-se sempre dentro da normativa educacional e que se externavam aos muros da escola para o campo popular e religioso apresentados, muitas vezes, em atos culturais, ou nas datas comemorativas do calendário oficial, atraves de desfiles, bailes, ou mesmo as famosas peças teatrais,  que ela mesma escrevia ou adaptava de alguma história de livros conhecidos e, principalmente, do Livro Sagrado: a Bíblia. Ela mesma as dirigia, fosse a peça numa escola, numa praça, em qualquer outro local público, e até mesmo na igreja. Amava reunir a criançada da cidade à noite, para contar histórias de trancoso e religiosas, ainda mais se fosse noite de Lua Cheia e, principalmente, quando faltava energia na cidade.

Cidadã de origem e não obstantes na prática da vida pública, são remetidos a ela vários feitos, entre eles a melhoria da merenda escolar, em alimentos ricos em vitaminas e sais minerais e a aquisição de vários medicamentos que muito favoreceram a educação pela saúde da comunidade canhobense, nordestina e até mesmo brasileira, quando ela enviou uma carta-solicitação ao Presidente da República, então militar EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICE, que após alguns longos meses, enviou uma carta a ela, respondendo e garantindo sua solicitação, bem como, elogiando-a por tal feito e dizendo que desejava que houvesse "várias JEOVANETES" espalhadas por nosso imenso Brasil!. Foi uma mulher à frente de seu tempo e ocupou o espaço social com atitudes forte e determinada na educação, no empreendedorismo e na religião com a convicção para ajudar aos mais necessitados.

Ela e seu esposo, desfrutavam de um imenso carisma e  prestígio na região. Com isso, o filho José Jorge Rocha, 4° filho dentre os 20 e primogênito masculino vivo, foi membro da Câmara Municipal de Canhoba, sendo o vereador mais votado de todos os tempos na época, com votação superior até à da eleição do prefeito. E o filho José Pedro Rocha, que disputou também nessa eleição, quase foi também eleito vereador, na mesma propositura eleitoral.

Desafiante, curiosa e estudiosa, não se cansava de conversar e entrevistar pessoas idosas e familiares, anotando tudo de suas conversas. Daí surgiram os primeiros registros da História de sua família, a Família ROCHA TORRES, e logo da própria História de Canhoba. Deve-se a ela esse feito, pois foram desses seus escritos que seus ex-alunos e outros canhobenses que ao apresentaram trabalho de conclusão curso, ou dos estudos em outras escolas e universidades do país, puderam contar sobre a história de sua origem. Trabalho esse editado em apostila por estudantes universitários da UFS - Universidade Federal de Sergipe e reconhecido pela UNIT - Universidade Tiradentes quando a contemplou com um Troféu de Reconhecimento pelo trabalho prestado à comunidade e sua relevante contribuição na História dos Municípios Sergipanos do Baixo do São Francisco, em um evento em Propriá-SE, o qual inspirou seu primo em segundo grau, Lauro Rocha a escrever e editar a História deste município.

 Conhecida por todos na cidade, tinha amigos de todas as idades e gerações, conquistou uma legião de admiradores e seguidores ao longo de sua existência, deixando uma impreenchível lacuna de saudades e solidão aos familiares, amigos, ex-alunos e à sociedade canhobense. Pessoa trabalhadora, honesta, religiosa e que deixou como legado valoroso exemplo de vida a todos. Assim, seus feitos como mulher, esposa, mãe, profissional, educadora, funcionária pública, cristã e de cidadã, jamais serão esquecidos,  visto que se configura na memória dos canhobenses que com ela conviveram ou que dela receberam os ensinamentos educacionais, fraternos e religiosos, mas, principalmente, os que estão registrados.

João Joaquim dos Santos

 

João Joaquim dos Santos nasceu de uma família de 23 irmãos sendo o caçula dos homens, nasceu no dia 01 de junho de 1963 na cidade de Canhoba /SE, filho de José Joaquim dos Santos e Maria Sebastiana Pinheiro dos Santos.

Seu pai homem simples mais muito trabalhador, ensinou há seus filhos o oficio do trabalho e foi com ele que seu caçula aprendeu a tirar leite e cuidar do rebanho. Com isso iniciou sua vida de vaqueiro aos 18 anos junto com seu irmão José Carlos conhecido como (Zé do Cedro).

Sempre abraçou grandes responsabilidades, e não foi diferente quando seu pai faleceu ele ficou sendo o responsável pela família, nesse período ele teve a oportunidade de ingressar na polícia, mas recusou, os desígnios do Senhor para ele seria outro. Buscando dar uma vida melhor para seus familiares migrou para Aracaju onde começou a trabalhar de guarda no banco BCN, depois passou a negociar com carros, comprando e vendendo carros semi- novos.  Sua vida política teve início quando foi convidado pelo prefeito Adelson Gomes de Andrade para ser candidato a vereador no ano 1992.  Sendo eleito na primeira vez que se candidatou, seu pai por ser um homem humilde e respeitado por todos os canhobenses,  foi um dos nomes mais importantes aliados da sua candidatura. João Joaquim era o que podemos chamar de um líder, pois apesar de não ter concluído o nível superior era uma pessoa inteligente, atualizada e informada sobre as questões políticas e socias do país, do estado e do município. Engajando_ se na política muito cedo tinha um carisma próprio, seu jeito impassível, seu sorriso cativante atraia à todos, sua família apesar de numerosa ele conseguiu está em comum acordo com todos. Era amado e admirado por sua mãe,  esposa, filhos, irmãos, irmãs, tios, tias, sobrinhos, sobrinhas, primas primos, cunhados, cunhadas...

Um jovem que recebeu o respeito de toda uma comunidade. Era muito bonito ver João Joaquim sentado na casa ou melhor na calçada de famílias canhobense fazendo com eles alianças relatando a essas famílias seus planos para melhoria e desenvolvimento da sua amada Canhoba.

 Por onde andava estava sempre  acompanhado dos seus aliados e familiares ele chegava em todas as casas sem exceção.

Tornou-se um dos mais importantes políticos articuladores da política canhobense. Por fazer parte de uma família numerosa e ter muitos amigos se tornou um político em ascensão por onde iam levava um grande grupo de pessoas formado por (jovens, adultos, idosos) que o admiravam e o respeitavam. Era um político de ideais firmes o que encantou o povo canhobense. Passou a ser liderança forte no apoio a deputados como Ulices Andrade e João das Graças, dando a João das Graças votação expressiva, o que além de líder político tornaram-se grades amigos.  No ano de 1996 foi convidado por Reges Andrade para  fazer parte da sua chapa como candidato a vice- prefeito. Infelizmente saíram derrotados.

 Mais uma vez João Joaquim mostra sua força política sua esposa que tinha saído como candidata a vereadora foi eleita em primeiro lugar. A política sempre foi seu sonho dele e mesmo saindo derrotado como vice, montou um grupo com grandes lideranças do município de Canhoba como: Amilton, Cicero Preto, João de Alivino, Ivanete, Douglas, Gordo, Zé Erinaldo, D. Raimunda, Carlinhos do Poção, Joildo e seu compadre Lealdo. No ano 2000 ele lançou chapa com Hamilton, saindo ele como, candidato a prefeito e Amilton vice, mais uma vez o sonho não foi concretizado. A esperança e a vontade de ajudar sua comunidade continuava em seu coração, mesmo diante dessas derrotas continuou firme no seu propósito de renovar, fez aliança com Manoel Arroz 2004 e desta vez saiu vitorioso, foi eleito vice prefeito. Numa eleição que teve uma vantagem muito significativa. Lançou seu sobrinho José Carlos candidato a vereador no mesmo ano mais não conseguiu elegê-lo pois havia um movimento muito forte por parte do grupo político para que ele não apoiasse ninguém.  

Estava no melhor momento da sua vida política sendo vice prefeito, seu nome estava sendo cotado como um dos candidatos a prefeito nas próximas eleições, seus familiares, amigos, eleitores e aliados tinham como certo que ele seria prefeito da cidade de Canhoba. Novos grupos políticos estavam sendo formados dentre ele o da sua amiga Naldinha da Farmácia.

João Joaquim deixou sua marca no meio de nós, provando que a vida é o espaço dos nossos sonhos, e que a vida por um mundo melhor continua.

No dia 07 de janeiro de 2007, porém veio a triste notícia, Canhoba parou, como teria acontecido? Seria um engano? Infelizmente era verdade, ao voltar da festa de Reis da cidade de Aquidabã com seus sobrinhos em um acidente ele(João Joquim)  e seu sobrinho Jonas vieram a falecer.

Encerrando assim um ciclo de vida terrena onde deixou um legado político exemplar, exemplo de homem, pai, filho, amigo e ser humano sem igual aos que conheceram jamais será esquecido. Aos que não conheceram fica aqui esse breve relato porque um livro seria pouco para relatar uma história de vida tão linda. Carregamos a certeza que lá do céu onde ele está sua estrela continua a bilhar e junto do Pai continua olhando por nós e nossa Canhoba.

Maria Cândida Santos Matos

 

Maria Cândida Santos Matos

Miss Canhoba de 1957

 

Nasceu em 22 de julho de 1941 na cidade de Canhoba, Sergipe.

Filha de: Antônio Luis dos Santos e Edelzuita Silveira Santos.

Eramos 11 irmãos, sendo 3 do sexo masculino e 8 do sexo feminino.

Minha infância foi como a de toda criança do interior, cheia de energia e muita esperança.

Iniciei meus estudos na Escola Estadual Reunida Hermes Fontes. Meus primeiros professores foram, Antônio Rocha, Generosa Rocha e Zulnara Torres Rocha, conclui a 4ª série em Canhoba.

Em 1950, perdi meu pai, 4 anos mais tarde, a minha mãe e fiquei em companhia da minha irmã Maria Helena.

Continuando meus estudos, 1956 fiz um curso de Puericultura e Economia Doméstica na cidade de Porto Real do Colégio, em Alagoas.

Em 1957, na gestão do prefeito Miguel Resende, fui convidada para participar do concurso Miss Intermunicipal representando minha cidade, Canhoba, estava com 16 anos de idade.

Fui para Aracaju, hospedei-me na casa do prefeito de Canhoba Miguel Resende, participei do desfile da inauguração da pedra da piscina do Clube Esportivo Cotinguiba, noites dançantes no Cacique Chá na companhia do casal Antônio Leite Cabral e Nair Resende, os conterrâneos, José Andrade e o colunista social Carlos Henrique de Carvalho. Todos foram simpáticos comigo.

Em 1962, minha irmã Maria Helena resolveu ir morar em Aracaju e levou as irmãs que estavam em sua companhia.

Após algum tempo, conheci o jovem João Matos, com o qual me casei e tivemos 5 filhos: Márlio, Marcelo, José Murilo, Mary Regina e Mônica.

Concluí os estudos em Aracaju depois de casada no Colégio Estadual Costa e Silva hoje (João Costa) e Escola Normal.

Dai veio a necessidade de fazer o 3º grau, com muito esforço enfrentei a faculdade de Pedagogia e saí vitoriosa! Hoje, estou

 

 

aposentada das Redes: Municipal e Estadual de Ensino.

Sou grata, ao conterrâneo e amigo, Manoel Guimarães e a Dona Menininha por realizarem meu sonho de trabalhar na Rede Estadual de Ensino.

Em dezembro 2019, meu marido faleceu, após 55 anos de casamento.

Os 05 filhos, me deram: 10 netos e 3 bisnetos.

Construí muitas amizades, e me considero realizada.

Gosto de dançar, viajar, conhecer pessoas e lugares.

Para ser feliz não é destino, é conquistar, lutar e vencer os desafios. O tempo certo é aquele que o Criador nos envia.

 

 

 

Aracaju, dezembro de 2021.



Aílton Lemos

 

AILTON LEMOS

Nasceu em Canhoba em 05 de julho de 1925. Filho de Manuel Prudente Lemos e de Maria das Dores Lemos. Irmão de Diógenes Lemos, José Lemos, Letícia Lemos, Geraci Lemos, Tereza Lemos e Maria Helena Lemos.  Estudou nas Escolas Reunidas Hermes Fontes onde cursou o primário.

Acompanhou os pais nos trabalhos rurais e, aos domingos e nas segudas-feiras,  ajudou no armazém de Sr. Amândio Guimarães.

Casou-se eclesiásticamente com Eutímia Castro de Carvalho (viúva de João Ferreira de Carvalho) em 1952. Senhora Eutímia, adquiriu dois imóveis de seus sobrinhos na Praça Antônio Torres Júnior e passou a residir com o homenageado em um desses imóveis e, no outro, juntamente com Sr. Ailton, fundou a Bodega que se tornou um importante comércio do município. Cabe destacar que por vezes, devido aos fiados, a Bodega quase foi a falência, sendo esta evitada através das ajudas das enteadas.

Suas enteadas são Graciene Ferreira de Carvalho (in memoriam), Maria Eleonora de Carvalho Rocha, Maria Angélica de Carvalho e Maria Consuelo Carvalho Cardoso, sendo esta a única que ainda teve algum convívio com Sr. Ailton, pois as duas primeiras estavam casadas e Maria Angélica trabalhava em outro município.

Rosto sério, mas de coração aberto, Senhor Ailton pode ser lembrado como “Amigo de todos os canhobenses”, segundo José Antônio Rocha, pois ajudou muita gente. Geralmente era padrinho dos casamentos, juntamente com Dona Eutímia,  e presenteava os noivos com caixas de cervejas e de refrigerantes.

Outro fato relatado é o da  criançada em busca de doces. Elas esperavam o momento de Sr. Ailton chegar na Bodega,  pois com Dona Eutímia não se conseguia “pegar” uma bala.

Senhor Ailton e Dona Eutímia sempre foram fiéis colaboradores das Festas do Padroeiro Bom Jesus dos Pobres e do Santo Cruzeiro, principlamente,  em relação ao Leilão dessas Festas.

Em 1963, foi eleito Prefeito de Canhoba, com o apoio de Antônio Torres da UDN,  administrando o município até 1964, ano marcado pelo Golpe Militar, vindo a deixar o executivo por questões políticas do período. Nesse mandato, criou uma frente de trabalho, buscando minimizar a extrema pobreza dos trabalhores diante de uma seca terrível! Essa frente teve como objetivo criar uma estrada com mão de obra humana (antiga estrada para Propriá). Cabe ressaltar que, durante a  abertura dessa estarda, foram encontradas várias igaçabas (potes de barro) com ossos humanos, fato que sugere ter sido a localidade  um cemitério indígena.

Eleito mais uma vez,  pelo MDB, retornou à Prefeitura, com a incunbência de geri-la no período de 1971 a 1972, conforme disposto no Ato Institicional nº 11 de 14/08/1969. Entretanto, esse mesmo Ato já determinava eleições municipais gerais para 15 de novembro de 1972.

No tempo em que administrou o município,  esteve sempre atento às necessidades gerais da população, proprcionou trabalho para o povo e se preoupou com a educação ginasial.

Na época,  muitos jovens estavam com o primário concluído e não tinham como os pais pagarem o ginásio. Através de um convênio com o Colégio Cenecista Francisco Figueiredo de Aquidabã, sua administração disponibilizou bolsas,  cuja percentagem oferecida ajudou no valor das mendalidades. Essa ação incentivou vários jovens canhobenses a continuarem com os estudos, já que as famílias eram numerosas, o que deixava o valor do ginásio dispendioso mesmo para as famílias agropecuaristas, e,  mais ainda,  para as famílias dos trabalhadores rurais. Essa percentagem tinha variação de 15% a 100%, tendo como um dos requisitos número de filhos (quando dos agropecuaristas) e chegava a ser de 100% quandos dos trabalhadores rurais.

A cidade foi mui bem cuidada e foram anos de alegria que, por muito tempo, foram lembrados por seus contemporâneos e contados para seus descendentes.

Pode-se dizer que Sr. Ailton Lemos foi um grande líder político da região: na época do bipartidarismo no  partido  MDB e, após a redemocratzação, no PMDB. Recebeu todo grupo de políticos em sua casa e na Bodega, sendo lembrada a presença de José Carlos Teixeira e Reinaldo Moura.

Ailton Lemos, hoje com 96 anos de idade, não deve ser esquecido pela sociedade em geral de Canboba,  visto que,  de alguma forma, a geração atual tem alguém da família que, em algum momento da vida, encontrou amparo em Senhor Ailton e em Dona Eutímia quando na busca por algum tipo de auxílio e, com certeza, o recebeu. agropecuaristas, e,  mais ainda,  para as famílias dos trabalhadores rurais. Essa percentagem tinha variação de 15% a 100%, tendo como um dos requisitos número de filhos (quando dos agropecuaristas) e chegava a ser de 100% quandos dos trabalhadores rurais.

A cidade foi mui bem cuidada e foram anos de alegria que, por muito tempo, foram lembrados por seus contemporâneos e contados para seus descendentes.

Pode-se dizer que Sr. Ailton Lemos foi um grande líder político da região: na época do bipartidarismo no  partido  MDB e, após a redemocratzação, no PMDB. Recebeu todo grupo de políticos em sua casa e na Bodega, sendo lembrada a presença de José Carlos Teixeira e Reinaldo Moura.

Ailton Lemos, hoje com 96 anos de idade, não deve ser esquecido pela sociedade em geral de Canboba,  visto que,  de alguma forma, a geração atual tem alguém da família que, em algum momento da vida, encontrou amparo em Senhor Ailton e em Dona Eutímia quando na busca por algum tipo de auxílio e, com certeza, o recebeu. 

Aracaju/SE, 19/01/2022.