Denomina-se Caieiras, o forno de olaria construído com os próprios tijolos que se vão cozer ou assar. Esses tijolos são pequenos blocos preparados com argila crua, ou barro, como normalmente são feitos em nossa região.
As caieiras de tijolos comuns de nossa região proporcionam àquelas pessoas que as apreciavam, noites bastantes animadas, quando ao redor ou proximidades se reuniam para brincar, beber ou simplesmente para conversar ou contar histórias, sob o clarão do fogo das " bocas " das caieiras incandescentes e em chamas. Em alguns casos, um tocador de violas, ou mesmo de sanfona, era convidado para animar aquela momento, que era de descontração para uns, e também de trabalho para outros, ou seja , para aqueles encarregados ou responsáveis pela queima ou cozimento da caieira , naquelas noites de verão, época propícia a esse tipo de atividade. Não se podia, pois, deixar faltar lenha nas bocas das caieiras, durante toda a noite.
Como sabemos, é óbvio que, embora em bem menor quantidade, ainda hoje existem caieiras e olarias comuns, mas geralmente sem aquela mesma animação que se verificava até os meados da década de 70 , quando se podia observar também o trabalho estafante e exaustivo dos oleiros, o qual se estendia desde as primeiras horas da manhã até o anoitecer. De barro preparado e grade de madeira na mão, ou forma, o trabalhador ia incessantemente preenchendo aquele terreno escalvado que se chamava de lastro, onde os tijolos eram secados ao sol. Depois de várias semanas de fabricação artesanal desse produto, e sua consequente secagem, no terreno ao lado do barreiro, a caieira era, finalmente , construída para ser cozida ou queimada na tão esperada noite.
Até àquela época, na construção da maioria das casas da região, empregava-se esse tipo de tijolo comum de barro cozido. Isto, evidentemente, faz parte da nossa cultura.
Em última instância, vale lembrar que na nossa região existiam também alguns fornos de olarias. De uns vinte anos para cá, mais ou menos , só se constroem por aqui casas com tijolos de furos, industrializados.
Extraído do livro Memórias do Tempo
autor
Edimar Luz
( escritor/cronista/poeta/articulista/memorialista )
CAIEIRA
Escolhe-se bem a terra,
Dela faz um barreiro.
Encharca-o bem com água,
Molhando-o por inteiro.
Do barro faz o tijolo
E o bota pra secar.
Depois desse processo
Está pronto pra queimar.
A parte mais importante,
O momento da montagem.
Alguém com experiência,
Se encarrega da pilhagem.
Monta-se uma caieira,
Com parede emboçada.
Quatro túneis em baixo,
Convida-se a moçada.
Corta-se muita lenha,
Pra queimar a noite inteira.
O contador de estórias,
Chega cedo a caieira.
A brasa virou cinza,
O sol ja se mostrou.
O povo vai para casa,
O tijolo já queimou.
Acervo:
http://www.nordesterural.com.br
As caieiras de tijolos comuns de nossa região proporcionam àquelas pessoas que as apreciavam, noites bastantes animadas, quando ao redor ou proximidades se reuniam para brincar, beber ou simplesmente para conversar ou contar histórias, sob o clarão do fogo das " bocas " das caieiras incandescentes e em chamas. Em alguns casos, um tocador de violas, ou mesmo de sanfona, era convidado para animar aquela momento, que era de descontração para uns, e também de trabalho para outros, ou seja , para aqueles encarregados ou responsáveis pela queima ou cozimento da caieira , naquelas noites de verão, época propícia a esse tipo de atividade. Não se podia, pois, deixar faltar lenha nas bocas das caieiras, durante toda a noite.
Como sabemos, é óbvio que, embora em bem menor quantidade, ainda hoje existem caieiras e olarias comuns, mas geralmente sem aquela mesma animação que se verificava até os meados da década de 70 , quando se podia observar também o trabalho estafante e exaustivo dos oleiros, o qual se estendia desde as primeiras horas da manhã até o anoitecer. De barro preparado e grade de madeira na mão, ou forma, o trabalhador ia incessantemente preenchendo aquele terreno escalvado que se chamava de lastro, onde os tijolos eram secados ao sol. Depois de várias semanas de fabricação artesanal desse produto, e sua consequente secagem, no terreno ao lado do barreiro, a caieira era, finalmente , construída para ser cozida ou queimada na tão esperada noite.
Até àquela época, na construção da maioria das casas da região, empregava-se esse tipo de tijolo comum de barro cozido. Isto, evidentemente, faz parte da nossa cultura.
O cuidado do mestre oleiro para que as peças saiam de acordo com a forma. |
Depois que seca ao sol, os tijolos são virados para depois serem empilhados na caieira. |
Os trabalhadores mudam os tijolos de posição para secagem uniforme ao sol. |
Extraído do livro Memórias do Tempo
autor
Edimar Luz
( escritor/cronista/poeta/articulista/memorialista )
Caieira pronta para venda. |
Escolhe-se bem a terra,
Dela faz um barreiro.
Encharca-o bem com água,
Molhando-o por inteiro.
Do barro faz o tijolo
E o bota pra secar.
Depois desse processo
Está pronto pra queimar.
A parte mais importante,
O momento da montagem.
Alguém com experiência,
Se encarrega da pilhagem.
Monta-se uma caieira,
Com parede emboçada.
Quatro túneis em baixo,
Convida-se a moçada.
Corta-se muita lenha,
Pra queimar a noite inteira.
O contador de estórias,
Chega cedo a caieira.
A brasa virou cinza,
O sol ja se mostrou.
O povo vai para casa,
O tijolo já queimou.
poesias: Assis, Pio
Acervo:
http://www.nordesterural.com.br