A Companhia de Jesus, a ordem dos jesuítas à qual pertence o novo Papa Francisco , foi fundada em 1540 pelo espanhol Inácio de Loyola, que lançou suas bases na capela de Montmartre em Paris a partir de 1534 com seis outros companheiros, entre eles São Francisco Xavier.
Atualmente é uma das principais ordens religiosas masculinas católicas, organizada em 91 províncias - o Papa foi por seis anos provincial da Argentina - com cerca de 19 mil membros contra aproximadamente 36 mil em 1964.
Eles se encontram sobretudo na Ásia (4.035), principalmente na Índia; na América do Norte (3.034); e na América Latina (2.957). Entre os jesuítas famosos estão Matteo Ricci, do século XVII, o primeiro sinólogo, e no século XX o pesquisador Pierre Teilhard de Chardin.
A sigla dos jesuítas, IHS, representa as três iniciais de Jesus em grego (Ihesus). Mais tarde, virou acrônimo de "Jesum habemus socium" (Temos Jesus como companheiro).
Muitas vezes caracterizado por uma frase atribuída erroneamente ao Santo Inácio de Loyola, "perinde ac cadaver" (dócil como um cadáver), os jesuítas acrescentam aos tradicionais votos de pobreza, castidade e obediência, um quarto voto de obediência incondicional ao Papa.
Isso não os impediu de terem tido relações complicadas com o papado. Seu superior geral - desde 2008 o padre Adolfo Nicolau - foi apelidado de "Papa negro" por causa da cor de sua vestimenta e sua suposta influência oculta.
Eles até tiveram sua ordem dissolvida em 1773 pelo Papa Clemente XIV, após sua expulsão da França em 1764, depois do confronto com os jansenistas. Pio VII restaurou a Companhia em 1814.
A eficácia da sua organização, seu papel na contra-reforma e luta contra todas as formas de heresia, além da influência sobre os poderosos, tornaram sua história por vezes turbulenta - eles também foram expulsos de Portugal, Espanha e Toscana no século XVIII e novamente proibidos na França entre 1880 e 1901 - o que lhes rendeu uma reputação de poder oculto.
A agilidade intelectual desenvolvida por meio de sua extensa formação e prática dos "Exercícios Espirituais" de Santo Inácio contribuíram.
Mas, no século XX, após o Concílio Vaticano II e do compromisso dos Bispos da América Latina em 1968 para a "libertação" dos povos, eles insistiram na justiça social e manifestaram em 1975 a sua "opção preferencial pelos pobres".
Os jesuítas foram sempre muito ativos na educação, com faculdades e universidades renomadas, incluindo nos Estados Unidos, e na mídia. O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, é um jesuíta.
Eles também diferem desde suas origens, no século das grandes descobertas, por seu ardor missionário. Na América Latina, eles foram os primeiros a distinguir evangelização católica e colonização, respeitando os valores dos índios em suas famosas "reduções".
                         Extraído do g1.com